Tecnologias para o Descarte de Resíduos Sólidos

Conheça a diferença entre rejeitos e resíduos e a classificação segundo ABNT.

A Diferença entre Rejeitos e Resíduos

Antes de tudo, é importante entender a diferença entre rejeitos e resíduos.

Rejeitos

Rejeitos são materiais que não podem ser reutilizados, reaproveitados ou reciclados devido à sua mistura ou à falta de tecnologia disponível para transformá-los. O descarte inadequado de rejeitos causa poluição e pode prejudicar a saúde e o meio ambiente. Normalmente, são encaminhados para aterros industriais, onde levam anos para se deteriorar, tornando-se um passivo ambiental para as futuras gerações.

Resíduos

Resíduos são todos os materiais (sólidos, líquidos, gasosos ou pastosos) provenientes de atividades humanas que ainda podem ser reutilizados, reaproveitados ou reciclados. Eles possuem valor comercial, geram empregos e são matérias-primas de baixo custo para a fabricação de novos produtos. Além disso, contribuem para a redução da extração de recursos naturais escassos. Até mesmo fraldas descartáveis podem ser recicladas. Pesquise e comprove!

Exemplos de resíduos gerados na auto mecânica incluem óleo lubrificante, peças mecânicas, peças de lataria, para-brisas, papelão, ferramentas, baterias automotivas, chumbo de balanceamento, pneus, frascos de óleo, plásticos em geral, radiadores, filtros de óleo, isopor, bitucas de cigarro, eletrônicos, lâmpadas, banners e outros.

Tecnologias para o Descarte de Resíduos Sólidos

Coprocessamento

O coprocessamento é uma alternativa eficiente para o descarte e destruição de resíduos contaminados, principalmente aqueles que contêm óleo lubrificante. Esse processo envolve a blendagem dos resíduos para obter valor calorífico, substituindo parte do combustível utilizado na geração de calor nos fornos das indústrias produtoras de clínquer, a matéria-prima do cimento. Além disso, as cinzas resultantes da queima dos resíduos são incorporadas ao cimento fabricado.

Logística Reversa

A logística reversa, estabelecida pela Lei 12305/10 (PNRS - Plano Nacional de Resíduos Sólidos), trata da responsabilidade das empresas em criar meios para a coleta dos resíduos sólidos gerados por seus produtos após o consumo, evitando danos ambientais. Ela incentiva o reaproveitamento desses resíduos como matérias-primas e garante o descarte adequado. Exemplos de logística reversa incluem óleo lubrificante, frascos de óleo, pneus, baterias automotivas, embalagens Tetrapak, aparelhos eletroeletrônicos, pilhas e baterias, embalagens de agrotóxicos, lâmpadas fluorescentes, medicamentos e outros.

Rerefino

O rerefino é um processo industrial que transforma o óleo lubrificante usado ou contaminado em óleo básico, que pode ser utilizado como matéria-prima na fabricação de óleo lubrificante novo.

Aterro Industrial

O aterro industrial é o local destinado ao descarte de resíduos gerados por indústrias ou empresas que possuam agentes nocivos ao meio ambiente ou à saúde pública. Esse local é regulamentado por normas e leis ambientais de proteção.

Classificação de Resíduos Sólidos

A NBR ABNT 10004/04 classifica os resíduos sólidos de acordo com seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, visando um gerenciamento adequado.

Resíduos Classe I - Perigosos

São resíduos que apresentam periculosidade e características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Resíduos Classe II - Não Perigosos

Resíduos Classe II A - Não Inertes: Não se enquadram na classificação de resíduos Classe I - Perigosos ou Classe II B - Inertes. Podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Resíduos Classe II B - Inertes: Não apresentam constituintes solubilizados acima dos padrões de potabilidade de água quando em contato com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente.

Conforme a Resolução Conama 313/2002, é importante seguir as diretrizes para o gerenciamento adequado de resíduos sólidos.